quinta-feira, 10 de dezembro de 2015

Moradores de bairros nobres recusam agentes que combatem o mosquito


Em Vitória, os agentes que combatem os focos do mosquito Aedes aegypti não conseguem entrar em 34% das casas cadastradas. Em alguns locais as residências estão fechadas porque os moradores estão trabalhando. Mas em outros a visita é simplesmente recusada.
O problema tem sido mais frequente nos bairros nobres da Capital, como Mata da Praia, Praia do Canto, Barro Vermelho, Ilha do Boi e Ilha do Frade. Fato que tem dificultado o combate ao transmissor de três graves doenças: zika, dengue e chikungunya.

A situação fica ainda pior se considerar que, na maior parte dos municípios, incluindo Vitória, mais de 70% dos criadouros do mosquito estão localizados dentro das casas.

Motivos
De acordo com a gerente de Vigilância em Saúde de Vitória, Arlete Frank Dutra, mesmo estando em casa, alguns moradores recusam o atendimento do sistema de saúde alegando que não há necessidade ou que fazem o seu próprio controle.
“É uma situação crítica”, pondera a gerente, lembrando que a cidade está em um momento de uma mobilização para acabar com as larvas. “Precisamos da colaboração de todos. É importante que se abram as casas para haver a ação e evitar a proliferação do mosquito”, acrescenta.
Ela destaca ainda que o mosquito tem um voo muito curto e que é grande a probabilidade do morador ser contaminado por focos existentes em sua própria casa. “Avaliam que o risco está no lixo do vizinho, mas o problema pode estar em sua casa”, relata.
Na Serra o problema de casas fechadas também é frequente. Acontece em até 40% dos imóveis cadastrados e visitados pelos agentes, principalmente nos balneários, como Manguinhos, Jacaraípe e Nova Almeida. Mas os motivos são outros.
De acordo com a subsecretária de Saúde do município, Cristiane Steim, a maioria das casas que estão fechadas são de veraneio. Em alguns casos os moradores residem em outros Estados ou cidades, ou moram em outros bairros da Serra.
O caminho adotado pelos agentes, segundo Cristiane, é deixar notificações a cada 15 dias que retornam ao domicílio. “São avisados sobre a necessidade da visita”, relata.
Não há no município a recusa da visita, mesmo o morador estando em casa. Cristiane relata que, assim como em outras cidades, o agente usa uniforme e crachá com a identificação. “Qualquer dúvida o morador pode acionar o nosso Disque Dengue para obter informações sobre o agente”, assinalou.
Vila Velha, segundo a assessoria de imprensa, não tem encontrado portas fechadas. Na cidade, 78% dos criadouros dos mosquitos são encontrados nas casas.

Outros
Nesta quarta-feira (9) a Prefeitura de Vitória começou a fazer uma mobilização com seus caçadores de larvas nas maternidades públicas. Locais, segundo informou Arlete, onde há grande trânsito de público. Foi feito o combate de focos e dado orientação aos diretores das instituições sobre o controle e combate ao mosquito.
Os números

Vitória
Focos
Cerca de 70% dos criadouros de mosquito estão localizados dentro das casas.
Visitas
São visitados mais de 192 mil imóveis cadastrados na Capital. O agente retorna ao local a cada dois ou três meses. Em alguns condomínios, onde não há recusa, ele chega a permanecer o dia todo fazendo a checagem dos focos.
Recusa
As visitas dos agentes de controle e combate do Aedes aegypti são recusadas em 34% das residências.

Bairros nobres
A situação é mais frequente na Praia do Canto, Mata da Praia, Barro Vermelho, Ilha do Boi e Ilha do Frade.

Serra

Casas fechadas
Quase 40% das casas visitadas na Serra estavam fechadas. A maioria são locais de veraneio em Jacaraípe, Nova Almeida ou Manguinhos, e os moradores foram notificados.

Vila Velha
Sem recusa
Na cidade, 78% dos focos estão nas casas, mas não há recusa em receber os agentes.

Fonte: Gazeta Online