Preso na PF de Curitiba, ex-ministro foi indiciado por formação de quadrilha, lavagem de dinheiro e corrupção passiva
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Ex-ministro na CPI da Petrobras, na manhã de segunda-feira (31): ele optou por ficar em silêncio |
José Dirceu foi indiciado pela Polícia Federal pelos crimes de formação de quadrilha, lavagem de dinheiro e corrupção passiva, nesta terça-feira (1º), em Curitiba (PR). Além do ex-ministro, a corporação indiciou outras 13 pessoas no âmbito da Operação Lava Jato.
Condenado por corrupção ativa no processo do mensalão, Dirceu cumpria pena de 7 anos e 11 meses em prisão domiciliar em sua residência em Brasília até o início do mês passado, quando a PF o prendeu por denúncias de irregularidades também envolvendo a Petrobras, na 17ª fase da Lava Jato.
Em 4 de agosto, Dirceu foi transferido para a carceragem da PF em Curitiba (PR), onde a operação é desenvolvida. De acordo com a investigação, o ex-ministro repetiu na Petrobras o esquema de compra de apoio político praticado em seu período como braço-direito do governo Lula, mesmo quando já estava preso por crimes anteriores.
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O ex-ministro José Dirceu no momento de sua prisão na Lava Jato, no início do mês passado |
"A responsabilidade do Dirceu é, evidentemente, aqui, como beneficiário, de maneira pessoal, não mais de maneira partidária, enriquecendo pessoalmente", afirmou, na época da prisão, o procurador da República Carlos Fernando dos Santos Lima.
Luiz Eduardo, irmão do ex-ministro que foi preso com ele em agosto, ganhou liberdade no último dia 12. A Justiça Federal lhe deu a soltura alegando que apenas a manutenção da prisão de Dirceu seria suficiente para impedir que seu grupo seguisse praticando crimes.
Relatórios parciais de dois inquéritos referentes à 17ª fase da Lava Jato confirmaram que mais de R$ 59 milhões foram usados para pagamento de propina aos indiciados desta terça-feira – a cifra pode ultrapassar os R$ 84 milhões, segundo a PF. O foco da corporação foi investigar pagadores e recebedores de vantagens indevidas oriundas de contratos com o Poder Público, alcançando beneficiários finais e “laranjas” utilizados nas transações.
Os inquéritos agora seguem para o Ministério Público Federal, que deve oferecer denúncia contra os indiciados ainda nesta semana. O prazo para que a promotoria o faça é o próximo domingo (6).
Fonte: iG
Palavra-chave: operação lava-jato polícia-federal